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Histórias de casos em que a realidade se mistura com a ficção.
Casos estranhos, erros absurdos, o melhor e o pior da Humanidade.
Por apenas
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Amanda Knox era um anjo. Os olhos azuis, penetrantes. Uma beleza estonteante que lhe permitia ter os namorados que quisesse. E uma vida feliz. Em 2007, encontrava-se a estudar fora da sua América natal, em Perúgia, Itália. Um dia chega a casa e a sua colega de apartamento Meredith Kercher está morta no quarto, num cenário de extrema violência. Amanda Knox é suspeita, com o seu namorado, de a ter assassinado devido a um jogo sexual que correra mal. É presa. A sua postura no julgamento é fria, quase como se não acreditasse no possível. E o possível aconteceu: condenada a 26 anos de cadeia, depois reduzidos para 16. Não acredita, recorre. Dois anos depois, o Tribunal de Recurso de Perúgia revê o veredito do primeiro julgamento e iliba-a. Ela sai imediatamente de Itália, mas o processo ainda corre, e ela volta a ser condenada, mas agora sem a sua presença. Só nove anos depois da morte de Meredith, Amanda é definitivamente ilibada pelo Supremo Tribunal italiano. Houve crime ou só castigo?
BrevementeOrenthal James Simpson, conhecido e reconhecido como O. J. Simpson, tinha tudo: um modelo de mulher, uma família, um percurso no futebol americano de antologia, uma carreira como comentador e ator. Mas os seus impulsos violentos fizeram com que tudo se desmoronasse. Matou – ou terá matado – a sua mulher e um amigo dela. Foi julgado, mas ilibado por causa do tamanho de uma luva, quando tudo apontava para a condenação. Esta viria a acontecer anos mais tarde, mas por sequestro e roubo, num episódio em Las Vegas. Culpado ou inocente da morte da mulher? Já o saberemos? Crime e mais crime e outro castigo.
BrevementeSteven Avery foi condenado em 1985 a 32 anos de prisão por violação – um crime que mais tarde se provou que não cometera. Quando foi libertado, 18 anos depois, processou a polícia em milhões de dólares pelo erro. Na mesma altura, um homicídio na sua propriedade levou a nova condenação, desta vez prisão perpétua sem possibilidade de condicional. Neste momento, ainda cumpre a pena. Crime ou só castigo?
BrevementeOscar Pistorius era admirado pela superação. Sem as duas pernas devido a uma condição genética (nasceu sem o perónio nas duas pernas, e aos 11 meses teve de ser amputado abaixo dos joelhos), tornou-se um dos mais reconhecidos campeões de atletismo – nas paraolimpíadas, mas também nas olimpíadas, onde conseguiu, mesmo com as facilmente reconhecíveis próteses, apurar-se para os 400 metros dos Jogos Olímpicos de Londres. Namorava uma mulher lindíssima, era uma celebridade. Até que a matou. Diz que foi sem querer, que pensou que era um intruso e disparou. Mas a justiça sul-africana não achou o mesmo, e ele cumpre ainda 13 anos e cinco meses de prisão. Terá havido crime? Houve castigo.
BrevementeRajneesh Chandra Mohan Jain nasceu em 1931 na Índia. Líder místico, também famoso enquanto «guru de sexo», dizia-se arauto de um novo movimento religioso. Enfatizava nos seus discursos a importância da meditação, a primazia do amor livre e sem tabus, a celebração e a alegria. No tempo em que a espiritualidade era procurada pelo Ocidente nesse Oriente mais próximo, resolveu emigrar para os Estados Unidos para cumprir a missão de formar uma comunidade baseada no amor e no espiritismo. E, paradoxalmente, aumentar a frota dos seus Rolls-Royces. Criou a comunidade perto da cidade de Antelope, no Oregon. Mas os problemas com os naturais não se fizeram esperar. Tentativas de homicídio, condenações, fugas. E Rajneesh a fugir dos Estados Unidos para se tornar Osho. Houve crime, mas não se viu castigo.
BrevementeMichael Peterson tinha uma vida perfeita. Cinco filhos, uma esposa assertiva e diligente, uma profissão de escritor bem-sucedida. Mas um dia deu-se a queda. Uma queda real, de Kathleen, a esposa, pelas escadas abaixo. Michael foi imediatamente visto como o principal suspeito. Michael acabaria condenado a prisão perpétua pelo homicídio da esposa. Cerca de dez anos depois, por se demonstrar que houve erros processuais e manipulação de provas no julgamento, seria libertado e posto em prisão domiciliária. Em 2017, assina o acordo de Alford, clamando inocência, mas reconhecendo a existência de fortes indícios de culpabilidade contra si. Houve crime ou só castigo?
BrevementeJames Arthur Ray era «o» guru. Era um dos mais respeitados e amados motivadores no mundo da autoajuda americano. Tinha participado no documentário feito a partir do livro «O Segredo». Tinha ido recorrentemente o programa de Oprah Winfrey. E recebia milhares de dólares por cada inscrição nos seus retiros motivacionais. Foi num deles que a tragédia aconteceu. Três pessoas morreram devido ao calor excessivo numa tenda onde mais de 70 tentavam expurgar pelo calor os seus pecados. Foi condenado a dois anos de prisão, viu o seu império ruir. Mas todos os impérios se podem reerguer. E ele não se cansa de o tentar. Crime e castigo. E a redenção.
BrevementeRoman Polanski é um dos mais importantes realizadores ainda em atividade. Descendente de judeus, viu os seus pais serem feitos prisioneiros pelos nazis durante a Segunda Guerra Mundial. Apaixonado pelo cinema, tornou-se, no pós-guerra, ator e depois realizador. Foi para França e depois para os Estados Unidos, onde casou com a atriz Sharon Tate numa cerimónia cheia de glamour e Hollywood. No final dos anos 60, era já um realizador muito reconhecido. E, depois, tudo mudou. Primeiro, com o assassínio de Tate às mãos do grupo de Charles Manson. Depois, com o amor livre que professava, que o fez abusar sexualmente de Samantha Geimer, uma rapariga de 13 anos. Confrontado com a possibilidade de ser preso, resolveu fugir para França, e ainda hoje foge, não podendo regressar aos Estados Unidos – mesmo com os pedidos de Samantha, já adulta, para que tudo seja esquecido. Houve crime e o castigo de uma vida.
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